O DÉCIMO TERCEIRO CONTO, Diane Setterfield
O Décimo Terceiro Conto
Diane Setterfield (2006)
Editora: Editorial Presença
Esta é uma daquelas obras cozinhadas em lume brando, em que a autora nos faz saborear múltiplas camadas de diferentes sabores, em que nos confundimos com os ingredientes, nos arrepiamos com as sensações e, por fim, nos deliciamos com a “cereja no topo do bolo”.
Este é um grande livro sobre um grande livro, que fala de outros grandes livros; escrito para quem os ama e sobre quem os ama e respira.
Uma história sobre uma amante de literatura e biógrafa que é convidada, pela própria, a fazer a derradeira e verdadeira biografia de uma famosa escritora, Vida Winter. Uma autora que iludiu jornalistas e fãs durante 6 décadas sobre as suas origens. Ao seu passado enigmático, junta-se o desaparecimento de um, ainda assim, famoso conto que nunca ninguém leu. A jovem biógrafa vai-se ver numa teia de aparentes fantásticas verdades, segredos e tramas familiares, num enredo intemporal e inacreditável.
Seterefield conduz o leitor como bem quer por múltiplas camadas narrativas, em diversos degraus temporais de uma forma densa mas lúcida, viciante e exigente! O livro exige-nos atenção ao virar de cada página, num pequeno labirinto que encerra vários mistérios no dobrar de cada esquina.
É uma escrita ambiciosa e itensa, com um ambiente sufocante que nos transporta para os tais clássicos literários com o peso d’O Monte dos Vendavais”, na minha opinião, a ser invocado e praticamente replicado.
O Décimo Terceiro Conto é uma história de amor, de fantasmas, de mistério, de tragédia, com personagens complexas em que até pode parecer, no primeiro quarto do livro, que o ritmo demora a chegar, mas que é quase pecado desistir e perder um dos melhores finais que li nos últimos tempos.
Uma obra literária digna desse nome, que puxa pelo inverno, uma manta, uma lareira, um chocolate quente (ou whisky!) e chuva a bater nas vidraças.
Para quem não leu, assustem-se, intriguem-se, percam-se, mas não o percam!
NOTA: 9/10

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