SEM REGRAS, John Sandford

 


                        Sem Regras

                        John Sandford (1989)

          Editora: Marcador


    Sem demoras, começo por dizer que este é um livro que deveria ser lido por todos os que dizem gostar de thrillers/policiais! 

    “Sem Regras” é um livro de 1989, um ano muito distante em que o mundo era mesmo muito diferente do atual! Sobretudo no que diz respeito a leis, normas e hábitos. Este livro traz-nos a história imensas vezes revisitada de “serial killers” e polícias, mas numa realidade completamente distinta da que se vê e lê nas ficções dos nossos tempos. 

    É por esta razão que aconselho o livro a quem lê policiais actuais: John Sandford introduz-nos a um detective - Lucas Devenport - que joga o seu próprio jogo e usa (quase) tudo o que pode para apanhar os “maus”. Não é propriamente um “Dirty Harry”, mas também não fica muito longe. É aqui que temos esse impacto da diferença da realidade para as regras policiais - e não só - que estamos habituados a ler e ver em filmes, séries e livros atuais! 

    Lucas (e os outros) não se preocupa com inquéritos às suas ações nem com queixas por abuso de poder; usa, quase sem medo, a mentira, a influência, o soborno e até alguma violência em prol do “bem”, pelo menos aos seus próprios olhos. Não receia a imagem pública que os media podem passar dele; antes, manipulam esse mesmos órgãos de comunicação para seu usufruto, mentindo, seduzindo e manipulando sem qualquer escrúpulo.

    Mas para além destas diferenças, que dão um gosto especial ao livro, é por si só um grande policial! Temos um inteligente “serial killer” que nos conta a sua história na primeira pessoa e nos dá o seu ponto de vista, cenas de tensão e ação dignas de cortar a respiração e, já agora, de serem retratadas na 7ª arte e, desde o início, uma caracterização muito rica das principais personagens envolvidas. E não é difícil perceber que é em livros como estes que alguns dos autores atuais de thrillers vieram beber. Por exemplo, a caracterização do assassino é muito semelhante à do mau da fita do livro “A Rapariga que Sobreviveu”, de Leislie Wolfe.

    Lamentavelmente, este é o 1º livro de uma saga de 31 (!) mas que só tem 2 livros traduzidos em Portugal…

          NOTA: 8/10

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