KINGSBRIDGE: O AMANHECER DE UMA NOVA ERA, Ken Follett


     Kingsbridge: O Amanhecer de Uma Nova Era   

        
    Ken Follett
    Editora: Editorial Presença


    Quando se inicia um livro de Ken Follett sabe-se, de antemão, que vamos entrar num mundo povoado de complexas teias de relações e densas personagens. Especialmente nas duas (até agora) trilogias, “Os Pilares da Terra” e “O Século”, elas arrebatam-nos ao longo das (sempre deliciosamente) longas obras, fazendo-nos vivenciar com elas todas as mais pequenas sensações ou as maiores realizações.

    Este livro, também apelidado de “Kingsbridge 0”, é uma prequela das 3 obras que contam a história ficcional de uma parte de Inglaterra, centrada em “Kings Bridge”, a partir do século XII, e transporta-nos para esse lugar no virar do milénio, nos finais dos anos de 900 e princípios dos anos 1000 para nos contar a fundação dessa mesma cidade e como todas as suas raízes foram criadas. Por isso, e para quem leu os 3 primeiros livros lançados- posteriores na ordem cronológica da obra- tem aquela inquietante sensação de estar a voltar a um lugar que conhece, mas que ainda não existe na prática!


    Mas são acima de tudo as personagens o “ouro” das 2 sagas de Ken Follett. Ao contrário de outros livros do autor, em que a acção, o mistério, o enredo… torna a história vibrante, aqui acompanhamos essencialmente dois jovens no seu crescimento, no seu amadurecimento, no seu quotidiano e sofremos com eles e com todas as conspirações, pecados, jogos de interesses e maldade - mas também amor e paixão - que os rodeia e os afecta. Usando um cliché, estas personagens tornam-se família, íntimos e quando não temos o livro aberto sentimos necessidade de voltar para eles e perceber como estão. Ajudá-los se fosse possível.


    Como nos diz o autor no final, a Idade das Trevas foi uma época conturbada,estranha e negra que, por várias circunstâncias, nos deixou pouco para contar. Mas Follet presta-nos um excelente serviço repetindo, é certo, a receita que tinha usado nos outros livros da saga, mas provando que a mesma não se desgastou.


    “Kingsbridge: O Amanhecer de uma Nova Era” pode ocupar um substancial peso na estante e no tempo dispendido a ler, mas tem o peso apropriado de uma grande obra histórica - mais uma - a que Ken Follett já nos habituou.


  
    Nota 9/10

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