A MULHER DO VIAJANTE NO TEMPO, Audrey Niffenegger

 

    A Mulher do Viajante no Tempo    
        
    Audrey Niffenegger
    Editora: Editorial Presença

    As viagens no tempo sempre foram um tema apetecido na literatura e na indústria audiovisual. No entanto, nunca deixou de ser, na mesma medida, um tema complexo e por vezes ingrato. 

    Certamente que todos nos lembramos da deliciosa trilogia "Regresso ao Futuro" ou da mais recente e formidável série alemã da Netflix "Dark" em que o tema é explorado. Mas se há algo que temos de concluir destes - e muitos outros - exemplos é que é complicado, senão impossível, manter uma fidelidade científica. Por muito que os autores (escritores ou argumentistas) se empenhem, vai sempre haver questões como "Se ele fez isso no passado, não devia no futuro ser diferente?". Ou seja, vão sempre existir dúvidas e mesmo incorreções científico-físico-temporais-quimico-mecanico-espacio-coiso… e por aí fora! 

    Por isso, e como em todos os outros casos, para se aproveitar este livro aconselho a pôr um pouco estas questões de parte. E aproveitar a viagem. E que viagem!

    Niffenegger presenteia-nos com uma alucinante história de um homem que viaja no tempo mas de uma forma um pouco diferente do que estamos habituados a ver. Ele não pretende salvar a humanidade nem fazer grandes alterações ao universo. Henry não escolhe o tempo nem o local para onde é literalmente atirado, mas sobretudo visita os seus entes queridos e a si próprio! Tudo parece muito estranho mas, a autora consegue pegar em todo este confuso emaranhado de linhas temporais e tecer uma labirinto absolutamente genial e do mais viciante que tenho lido. 

    Por muitos outros pontos de interesse que tenha a obra, a relação de Henry com Claire é o ponto central do enredo, que só peca por, lá para o meio do livro, o ritmo abrandar drasticamente por uns capítulos, antes de acelerar novamente.

    “A Mulher do Viajante do Tempo” é, acima de tudo, uma viciante e belíssima história de amor que vai arrancar lágrimas, vai criar muita inquietação, vai provocar muito desconforto e medo em certas partes mas - o mais importante - vai-nos fazer viajar na ponta de um frenético ponteiro de um relógio que nem sempre anda na direcção certa.

    NOTA- 8/10

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